Na mesa sindicatos Metabase Carajás, Metabase BH, Metabase Mariana, Metabase Brumadinho, Ferroviários BH, Extrativos Corumbá

Em reunião muito tensa entre a Vale e todos os dirigentes dos sindicatos unificados através do Grupo Renovação, os representantes da empresa pintaram um quadro de verdadeiro caos.

Além de procurarem demonstrar o prejuízo elevado de mais de R$ 44 bilhões em 2015, os prepostos da Vale desfilaram um rosário de problemas:

• O ainda baixo valor da tonelada de minério de ferro, que, apesar de uma recuperação que dizem “instável”, teve um preço médio de tonelada a US$ 46 desde 1º de janeiro e média um pouco melhor, de US$ 56, se considerarmos a evolução desde 1º de março;

• Fechamento das minas de Fábrica e Gongo Soco em Minas Gerais, com perspectiva de reduzir a produção em cerca de 50% no Estado por causa de dificuldades para liberação de licenças ambientais;

• Queda na produção de pelotas;

A empresa afirmou também que agora sua prioridade não será mais aumentar o volume de produção, mas qualidade e controle de custo. Pior do que desfilar seu rosário de “dificuldades”, foi falado em alto e bom som que internamente havia alguém defendendo a demissão de trabalhadores. Os dirigentes sindicais repudiaram com veemência esta fala, que significa uma ameaça da empresa como forma de pressão. Lembramos aos patrões que os trabalhadores estão irritados, que todos colaboramos demais com a empresa, inclusive sacrificando com reajuste zero nossos salários depois de bater recordes de produção e que o emprego já começa a não ser tão importante para muitos, por causa dos salários de fome que a empresa paga.

Não toleramos ser ameaçados pela Vale como estamos sendo. Todos os diretores do Sindicato, individualmente, receberam intimação da Justiça com um “interdito proibitório”, visando impedir paralisarmos a empresa.

Mas isto não vai nos segurar, se a empresa não respeitar o direito dos trabalhadores. A GREVE está sendo uma exigência dos trabalhadores e repudiamos qualquer ameaça patronal.

Afirmamos que o valor de PLR que os trabalhadores recebem anualmente já faz parte do orçamento familiar e que o não pagamento traz sérias consequências e endividamento de todos.

Deixamos claro que “ninguém consegue mesmo acreditar neste prejuízo declarado pela Vale de R$ 44 bilhões, diante do recorde de produção e de tantos cortes de custos que foram implementados. Será que não sobrou nada de tanto minério produzido? Será que a Vale está falindo?

Os patrões procuraram afirmar que a discussão sobre a PLR 2015 já estaria encerrada, inclusive distribuindo Boletim para Gestores com esta informação. Mas não aceitamos passar 2015 com este rombo no orçamento dos trabalhadores.Informamos que sem uma resposta positiva para os trabalhadores, todos os sindicatos convocarão imediatamente assembleias em todos os Estados para que os trabalhadores decidam uma GREVE para ser realizada em todo o País.

A Vale marcou nova reunião com os sindicatos para o dia 7 DE ABRIL e apresentou as seguintes propostas para serem discutidas com as representações de todos os estados:

1- Política para preservação de empregos e não implemento de demissões;
2- Definir valor de adiantamento de PLR de 2016, conforme apuração de resultados do primeiro semestre deste ano;
3- Definir mudança no modelo de acompanhamento e aferição dos resultados trimestrais para estabelecer um gatilho de reajuste salarial.