Campanha Salarial é o momento de todos os trabalhadores exercitarem sua consciência e responsabilidade para defendermos os nossos direitos e exercermos nossa atividade profissional em condições decentes de trabalho.

Hoje, com a severa ameaça de leis trabalhistas modificadas pelo governo e parlamentares golpistas, a unidade dos trabalhadores e fortalecimento dos sindicatos será de fundamental importância. As mudanças patrocinadas pela quadrilha instalada no poder saqueiam direitos conquistados em uma centena de anos, com estragos feitos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para atender a ganância patronal pelos lucros em cima da precarização das relações no trabalho e pelo corte de encargos sociais nas folhas de pagamentos.

A Vale nos mostrou nos últimos anos sua insensibilidade em fazer caixa através do sacrifício de nossas famílias mesmo com os constantes recordes construídos pelo empenho dos trabalhadores em baterem metas. Os compromissos com os acionistas e investidores sempre estiveram na prioridade da empresa. Mesmo diante de números fabulosos de produção e lucratividade, a empresa sempre destampou sua choradeira e estratégia de apresentar fatores nocivos (chuva, variação do dólar, situação econômica no Brasil ou na China) para dificultar o avanço nas reivindicações dos trabalhadores.

Tivemos recentemente novos números extraordinários da empresa na divulgação dos resultados financeiros e operacionais do segundo trimestre/2017:

• Recorde de produção de minério de ferro de 91,849 milhões de toneladas, representando uma alta de 5,8% comparada ao mesmo período de 2016.
• Lucro bruto de R$ 8,834 bilhões, alta de 7,4% em relação ao 2º trimestre/2016;
• Geração de caixa de US$ 2.151 bilhões entre abril e junho;
• Pagamento de US$ 1,5 bilhão de dividendos a acionistas;
• Redução da sua dívida em mais de US$ 650 milhões, caindo de US$ 22,777 bilhões no primeiro trimestre de 2017 para US$ 22,122 bilhões. No segundo trimestre de 2016 esta dívida era de US$ 27,508 bilhões.

Apesar destas condições favoráveis, a história das negociações e os golpes na legislação trabalhista nos mostram que devemos estar atentos e prontos para outra negociação dura com a Vale.

E isto só é possível através de mobilização dos trabalhadores em nossa base e em todas as localidades onde a empresa atua no País. As mudanças golpistas na legislação tentam isolar o trabalhador, para aniquilar as organizações coletivas e enfraquecer o poder dos sindicatos, para que cada companheiro se vire sozinho, isoladamente para defender seus direitos, podendo ser massacrado pelos patrões.

Nossa reação deve ser de unidade e de fortalecimento do Sindicato, para que tenhamos sempre nossas armas na mão, como greves responsáveis pelos nossos direitos e todas as ações que dispusermos para defender nossos direitos coletivos.