A última edição da revista “IstoÉ Dinheiro†publicou uma reportagem com o tÃtulo de “A nova Vale†em que descreve o desenvolvimento extraordinário da empresa, com ações valorizando 75% em um ano, recorde de produção de minério de ferro de 178 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, com um faturamento de R$ 59 bilhões (18% acima do mesmo perÃodo de 2017), mas projetando até o final do ano extrair 390 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo que produz mais e aufere mais lucros, a empresa reduz brutalmente seus custos e sua dÃvida. Do final do ano passado, o endividamento da empresa, de US$ 21 bilhões, neste segundo trimestre deste ano já caiu para US$ 11,5 bilhões. Há três anos, este endividamento era de US$ 30 bilhões.
REALIDADE DIFERENTE NO CHÃO
O que a reportagem não mostrou foram os sacrifÃcios a que os trabalhadores foram submetidos para chegar a estes resultados, com reajuste zero de salários, em 2015, e também uma PLR zerada logo em seguida.
A vale corta na carne dos trabalhadores para reduzir custos e aumentar lucros. A última facada nos trabalhadores vai se desenhando com a exigência, absurda, desumana e condenável contra os trabalhadores na Mina do Sossego. Os trabalhadores denunciam que a empresa está obrigando-os a mudarem suas moradias para Canaã dos Carajás. Os executivos da empresa, tão elogiados pela “IstoÉ dinheiroâ€, pouco se importam se estas famÃlias, quase todas moradoras em Parauapebas, investiram em lotes, em construção de casas, com prestações pesadas, têm filhos em escolas e toda uma vida social enraizada.
Simplesmente decretam um verdadeiro “foda-se†para os trabalhadores e familiares e exigem uma transferência de moradia impossÃvel para as condições financeiras de todos. Pior ainda, os especuladores de plantão, ao saberem da exigência da “segunda maior mineradora do mundoâ€, elevaram o preço de moradias em Canaã. É impossÃvel atender à exigência do patrão ganancioso e sobra apenas desespero.
Não admitimos esta covardia e exigência monstruosa contra trabalhadores responsáveis e dedicados, que fazem a empresa enxergar o “céu de brigadeiro†com os constantes recordes de produção e de lucratividade. Exigimos uma resposta que tranquilize os trabalhadores, antes que nos comuniquemos com os demais meios de comunicação para mostrar que “A Nova Vale†não vale nada quando a pensamos socialmente.