Mais uma vez recebemos a Vale na sede do METABASE CARAJÁS, em uma segunda reunião para discutirmos os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2024. E também mais uma vez saímos da reunião preocupados com as falas que os prepostos da empresa ensaiaram com seu chefe maior, que dão o tom de dificuldades nas negociações que estão apenas começando.
Desta vez, os representantes da Vale cobraram da direção do Sindicato uma definição de quais reivindicações (ou benefícios) seriam mais importantes, sob a alegação de que têm um “limite orçamentário” para atender os trabalhadores. Ou seja, a intenção que salta da mesa é: “se concedermos algo aqui, precisamos tirar algo dali”. É como se tivéssemos dois filhos, um gordinho e um magrinho e, no que chamam de equilíbrio orçamentário, para engordar o magrinho precisamos emagrecer o gordinho.
Definitivamente, não podemos concordar com esta estratégia de exploração e de eventual prejuízo a qualquer direito socioeconômico, como cartão alimentação, e muito menos nos salários.
Desde o último acordo coletivo, em 2023, temos 12 meses de subida de todos os preços, desde alimentação, moradia, remédios, aluguéis, combustíveis, uma vida muito mais difícil de ser sustentada com salários defasados. Alertamos aos prepostos da empresa que a categoria ansia pela recuperação dos salários, comidos pela inflação acumulada, mas esperamos também um ganho real, inexistente em nossos acordos coletivos há muitos anos.
Na semana passada, a empresa veio com a conversa de que paga os melhores salários do mercado, mesmo tendo um piso salarial irrisório de R$ 2.016,00 e uma multidão ganhando até menos após descontos. Agora vêm com a conversa de “limite orçamentário”, com a ideia de não aplicar um reajuste justo nos salários e em todos os benefícios.
Só podemos repudiar a intenção clara de arrocho! Não podemos viver com a carestia imposta pelos baixos salários e contar com uma PLR para pagar dívidas acumuladas que os salários não dão conta de cobrir.
A Vale nos deu, pelo menos uma boa notícia, com documento que garante todos os direitos vigentes até que novo acordo seja aprovado e assinado. A empresa já agendou uma nova reunião para o próximo dia 23, por videoconferência, quando irá apresentar uma contraproposta para a categoria. Vamos esperar mobilizados por uma proposta que nos respeite e que não queira matar nossas famílias de fome.