Bem Vindo ao site dos Metabase Carajas-PA,
 
Considerações ecofinanceiras da Vale
sem imagem

Embora a VALE tenha apresentado um lucro líquido básico de US$ 3,237 bilhões de reais no balanço do segundo trimestre de 2013, devido à inclusão das mudanças contábeis - que não afetam o resultado financeiro real da empresa - o lucro líquido foi de R$ 832 milhões de reais.

Esta queda no lucro ocorreu devido às perdas cambiais e monetárias (4,172 bilhões de reais e de 1,707 bilhões de reais com swaps de moedas) sobre seu endividamento total apesar da forte política de gerenciamento de riscos (de mercado e de crédito) adotados pela Companhia que, ainda assim, utilizou fortemente os empréstimos externos.

Porém, é sabido que a flutuação do câmbio afeta o fluxo de caixa da VALE que está permanentemente sujeito à volatilidade de diversas moedas devido a seus preços serem predominantemente indexados ao dólar norte-americano, bem como parte significativa dos custos, despesas e investimentos também serem fixadas em outras moedas, principalmente reais e dólares canadenses.

Apesar da queda de quase 85% no lucro líquido a empresa sustentou os seus indicadores de resultados, sobretudo a sua margem operacional mais relevante e sinalizadora da viabilidade do negócio – o EBTIDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) que, apesar da adversidade do cenário internacional (desaceleração da China e à queda dos preços das commodities), se manteve na ordem de US$ 5 bilhões, mantendo o desempenho anterior.

Esta boa performance decorreu principalmente da forte redução de custos operacionais (cerca de R$ 1,58 bilhão no segundo trimestre em relação a um ano antes) e de uma elevação no volume de vendas dos demais produtos da companhia, contrabalanceando a queda dos preços de minério de ferro e de seu volume de vendas por conta da redução de compras de seu principal cliente, a China.

Deste modo, desconsiderados os efeitos da variação cambial sobre o lucro líquido, a comparação entre o primeiro e o segundo trimestres seria positiva já que este indicador teria subido de US$ 2,9 bilhões para US$ 3,2 bilhões.

Do ponto de vista das contas patrimoniais (Ativo e Passivo) a empresa apresenta uma estrutura de capitais bastante sólida e ligeiramente alterada em função da elevação do seu endividamento de longo prazo (em grande parte destinada ao financiamento de investimentos) que, apesar do seu significativo porte (aproximadamente 35% do total do passivo), é coberto com folga pelos recursos próprios da empresa (Patrimônio Líquido).

Concluindo, podemos dizer que mesmo diante desta mudança de ordem conjuntural que afetou sobremaneira o lucro líquido da VALE, a empresa permanece sólida e com ótima rentabilidade, garantida pela eficiente política de redução de custos e gerenciamento de investimentos que sustentou a estabilidade de suas margens operacionais nos últimos períodos.

As margens de lucratividade, por sua vez, apresentam – no médio e no longo prazo – possibilidades de forte crescimento, tendo em vista que a apreciação do dólar frente ao real deverão favorecer os negócios da VALE no que tange à competitividade de seus produtos e na expansão de seus mercados no âmbito internacional.

  • Sandra Bortolon - DIEESE/Ago 2013

          

[+] Veja mais noticias              Voltar para página inicial